martes, 22 de junio de 2010

DE ESTRADA A RÚA E VICEVERSA


Grazas á participación neste, cada vez máis apaixonante, proxecto da N-550, tiven a ocasión de caer sobre o fascinante libro “A Rua da Estrada”, de Álvaro Domingues, xeógrafo e profesor na facultade de arquitectura de Porto.

O libro recolle unha serie de pequenas reflexións, todas elas moi vinculada ó mundo da estrada e complementadas cun gran número de fotografías (o máis divertido son os títulos que reciben).
Inicia este ensaio cun capítulo chamado “eu vivo neste trajecto” e fai a seguinte reflexión:

“A passagem da cidade para o urbano arrastou uma metamorfose profunda: de centrípeta, passou a centrífuga; de limitada a contida, passou a coisa desconfinada; de coesa e contínua, passou a difusa e fragmentada;de espaço legível e estruturado, passou a campo de forças organizado por novas mobilidades e espacialidades; de contrária ou híbrida do “rural”, passou a transgénico que assimila e reprocessa elementos que antes pertenciam a um e outro rurais ou urbanos; de organização estruturada pela realação a um centro, passou a sistema de vários centros; de pronto num mapa, passou a mancha, etc. ”

Describe maxistralmente a gran transformación que sufriu a nosa cidade contemporánea, engadindo, máis adiante no texto, un concepto que me parece moi interesante e cun claro paralelismo coa N-550 “ A Rua da Estrada é como um centro em linha, uma corda onde tudo se pendura”.
 
Xa vos deixo cunha pequena escolma de fotografías ...




Por último, deixo no aire unha pregunta que recolle Álvaro Domingues dun artigo de Daniel Innerarity.

“O problema com que hoje nos enfrentamos consiste em como pensar a cidade quando temos redes em lugar de vizinhanças, quando o espaço homogéneo e estável não é mais do que um caso limite no seio de um espaço global de multiplicidades locais conectadas, quando há já muito tempo que o debate público se realiza em espaços virtuais, quando as ruas e as praças deixaram de ser o principal lugar de encontro e encenação. A questão está em saber se o espaço público como espaço de experiência humana intersubjectiva essencial à democracia, necessita de um tipo de espaço físico como o do modelo grego, medieval, renascentista e burguês, ou se essa antiga relação entre civilização e urbanidade pode realizar-se fora dos espaços da cidade europeia convencional.”